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15 julho 2011

Epístola 80 (LXXX) Dia Internacional dos Homens

Porto Alegre, Dia Internacional dos Homens, 15/07/2011.

Epístola 80(LXXX) Aos Geeanos, Pirellianos e outros Amigos
“(...) e no sexto dia, Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, formando-o em barro, e inspirou-lhe uma alma vivente. Depois, o adormeceu, e retirando-lhe uma costela (*) criou a mulher.”
Gen. 2, 7.21 e 22

            Há muitos anos, de tempos em tempos, leio o Gênesis e tento entender porque Deus criou o homem. Estava tudo tão perfeito! Diz a Bíblia que Ele o criou para dominar a Terra e tudo o que nela existia. Mas, aí, Deus pensou: Não é bom que o homem fique só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada. (Gen 2,18) E criou outro problema: fez a mulher. E o pior, como parece que já estava meio cansado, a fez às pressas e esqueceu-se de inspirar-lhe uma alma(**).
            Bem, todos conhecem a história: ela desobedeceu ao Criador, comendo da fruta do conhecimento; e deu-o ao Adão que só aí viu que ela estava nua: ela inventara o sexo, deixando o Adão bem doidão. Desorganizou a vida mansa dele, acabando com todas as mordomias que lhe fora concedida, fazendo-o trabalhar duro para poder comer, coisa que ele tinha de graça e em abundância. E para piorar a vida do coitado do Adão (babaca como todos os homens) começou a brotar crianças dela, coisa que ele não tinha a menor noção de como isso acontecia. O domínio daí para frente foi absoluto. E assim, durou algumas centúrias, até que suas descendentes deram-se conta que estavam ficando estressadas e, usando de toda a malícia que a serpente lhes ensinara – inclusive o movimento senoidal dos quadris -, convenceram os descendentes do babaca um, que ele era o sexo forte e que deveria assumir o comando de tudo. Com isso as filhas de Eva criaram a vaidade nos homens e eles passaram a se achar os donos do mundo.
            Entretanto, o que nós, os coitadinhos dos descendentes do babaca um nunca percebemos, que elas continuaram a mandar; de maneira sutil, é verdade. Como a serpente ensinou – lá no início – e atavicamente elas conservaram, que quando a coisa engrossa, elas usam os velhos recursos: o balanço dos quadris e as lágrimas. E aí o machão até guerras faz.
            Mas, meus amigos, lendo e relendo o Gênesis e pesquisando alguns alfarrábios, descobri a verdade: existiu a Eva, que seria a genitora das pessoas boas, e a Lilit, genitora das más; talvez fosse, essa, na realidade, a serpente. E a história da criação seria esta: “Uma das duas, ou ambas, dirigiu-se a Deus e clamara: - sinto-me muito só no meio deste paraíso, mesmo com a companhia da serpente (olha o simbolismo!). Deus disse: está bem, minha filha vou criar um homem para ti. - O que é um homem? É alguém com maus modos, que mente, trai e é vaidoso. Em compensação, vou fazê-lo trabalhar para ti, vai fazer-te companhia e satisfazer teus desejos. – Acho bom. E ele vai gostar? Confia em mim, disse Deus: como o homem será infantil e vaidoso vamos dizer a ele que ele foi criado primeiro. Será um segredo entre nós duas, de mulher para mulher.” Creio que está explicada muita coisa, sobre a criação do mundo. Que acham? Portanto, no Dia Internacional dos Homens, meditem sobre o relacionamento dos homens e mulheres e depois me digam. Talvez seja por isso que tantos homens estão virando mulheres. Eu, da minha parte, continuo querendo ficar como estou; não importa que elas mandem, afinal elas fazem isso desde que nascemos... delas.
            Saudações aos coitadinhos dos homens, tão usado pelas mulheres, no nosso dia.

(*) Carne de segunda? Imaginem se fosse de primeira? Todavia, a ciência provou que não foi da costela, porque o homem tem todas. Foi do cérebro.
(**) Esse impasse teológico: a mulher tem ou não alma, tem milhares de anos. Segundo alguns, é um dos motivos pelo qual a Igreja Católica não ordena mulheres.




Até breve, Baldi


NOTÍCIAS DA QUERÊNCIA:

# Ah! a procrastinação: estou em dívida com a filha de Yemanjá e sua linda festa 7.0.
# Pirellianos, aguardem! Por sugestão do Ademir foi criada a Confraria da Sucata. Escrevi o Protocolo de Intenções; o Estatuto a cargo do Dr. Cláudio Silveira Gomes. Por falar nele é o mais fresco avô da Confraria: 1 de julho nasceu o rei Davi, filho da Maira. Parabéns e felicidades. Geração século XXI dos Pirellianos.
# Caríssima Seila: cadê as fotos do último encontro?
# Maria Teresa indecisa: neve de Canela, ou sol da Lagoa.
# Querida Vilma desejamos que estejas bem. Aguardo tua cartinha.

# Para não cometer tantos erros de português estou terminando o Mobral: Fui “deplomado em Análise Sintática Aplicada e Nova Ortografia. Nos próximos dois meses cursarei Revisão Editorial e Português nos meios eletrônicos. Vou ficar tinindo. Olha eu aí no meio da gurizada.  




08 maio 2011

Epístola 79 - Carta ao Gérson, um amigo para sempre.


Porto Alegre, abril de 2011

Epístola 79 (LXXIX) Aos Geeanos, Pirellianos e outros Amigos

“(...) meu irmão, por tua causa / Meu coração me comprime!/ Tu me eras tão querido!/ Tua amizade me era mais preciosa / Que o amor das mulheres.” II Sam 1, 26 (1)

Meu Amigo Gerson, um verso de um poema barroco dizia: (...) somos como pássaros de uma só asa; somente abraçados poderemos voar... E voamos juntos, 52 anos! Das planícies aos altiplanos conquistando mundos, e gentes. E o quanto de melhor pudemos deixar por onde passamos! Não é gabolice, tu bem o sabes. Se mais não foi feito é porque nossas limitações o impediram. Dentro do possível tivemos sucessos. Não aqueles que o hedonismo, o egoísmo, a ganância determinam. Não. Mas o descrito por A. J. Stanley(2), cuja cópia me deste logo que nos conhecemos. E como nos identificamos com o que ele escreveu! Para os do mundo moderno, para os que seguem a novíssima concepção do sucesso fomos dois idiotas. Parece-me que falamos sobre isso; mas nunca nos desviamos do caminho.
Voltando ao poema barroco, ele tem razão: precisamos uns dos outros para poder voar. Nossas limitações assim o exigem. Mas, no teu caso, foste um “fingidor”. Tinhas uma asa que todos enxergavam e uma outra, invisível, que muitas vezes – mormente no tocante a mim – sustentava o outro. Sabes como descobri isso? Quando alguém tinha dificuldade para voar, tu não te oferecias para ajudar, mas, sim, para pedir ajuda. Dessa forma tu fazias com que o necessitado esquecesse sua dificuldade, dele, muita vez, psicológica, e “ajudasse” no “teu” voo. Assim, dentro em ti, te sentias duplamente feliz: ajudavas sem que o ajudado se sentisse inferiorizado, por depender de outrem. E foste assim no trabalho, e foste assim nos estudos, e foste assim até em festas.
Quando te levaram para a sala onde celebrariam a cerimônia religiosa, a música de réquiem foi o Brasileirinho, com Valdir Azevedo no cavaquinho. Bem ao teu estilo. Como cantou o poeta: (...) não quero choro, nem coroa com espinhos/ só quero choro de flauta, violão e cavaquinho.(3) Instrumentos que dominavas com carinho. Pediram-me que dissesse algumas palavras naquele momento, uma vez que, excetuados dois parentes, a irmã e um primo, eu era o que mais contigo convivi.  E, ao pé do teu leito derradeiro (incredível), falei pouco. Iniciei repetindo Bob Marley: Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida. E continuei, afirmando que nunca fizeste alguma coisa para seres notado; mas, foi impossível o não ser. Quanto a ser sentida tua falta, nada falei. Para não chorar, calei-me. Mudei de assunto e discorri sobre nossa amizade. E encerrei pedindo que estejam certos meus amigos espiritualistas que dizem que do outro lado todos nós nos encontraremos. Oxalá! Exclamei. Como será prazeroso termos toda a eternidade para conversarmos sobre o do que mais gostamos: livros, mulheres e cerveja e otras cositas más. Por certo, desse outro lado onde já estás encontraremos nossos autores preferidos: tu, teu Herculano, eu, meu Ruy. Por falar nisso, nem chegaste a ver os livros que te mandei. Foi um tanto difícil encontrá-los, caro Amigo; parece que todos andam procurando os clássicos. Bom sinal.
Partiste quando chegava o outono. Que não gostavas do frio eu sempre soube. Perguntei-te certa vez por que moravas no sul, no Cassino? Respondeste: primeiro, porque gosto do mar, segundo porque tenho um excelente cobertor de orelha.
Partes numa estação que considero linda, romântica: um bom momento. Pensava nisso enquanto olhava através das janelas da Capela observando as paineiras que estão todas floridas. Sempre gostei delas. Fazem parte da minha infância. Sabias que elas mudam de matiz à medida que envelhecem? E se parecem com uma orquídea? Doravante elas estarão associadas a nós. Decorarão as páginas da história da nossa bela amizade. As flores serão substituídas pelas painas. Na primavera elas se abrem e delas sementes envoltas em uma espécie de algodão viajarão pelo espaço, conduzidas pelo vento primaveril. E fecundarão outras terras. E tudo recomeçará. Assim contigo: foste flor, foste fruto, agora como nova semente renasces no etéreo campo.
Caríssimo Amigo, nunca foste de frequentar igrejas, mas eras espiritualizado, tanto que sempre invocavas nosso Pai Maior, como costumavas chamar o Criador.
Todavia Combateste o bom combate, terminaste tua tarefa, guardaste a fé. Segues para receber a Coroa da Justiça, que o Justo Juiz te dará.(4)  

Bem, meu querido Amigo, agora podemos dizer que (,,,) entre minha casa e a tua há um caminho de estrelas.(5) Um beijo no coração e até qualquer dia.

Baldi
 
(1) Última estrofe do cântico fúnebre de Davi, ao saber da morte do seu grande amigo Jônatas.
Quem quiser lê-lo na íntegra: 2º Livro de Samuel, capítulo 1º, versículos 19 a 27
(3) Fita Amarela – Noel Rosa
(4) II Epístola de Paulo a Timóteo Cap. 4, vers. 7 e 8
(5) Mário Quintana
(2) A Nova Concepção do Sucesso – A.J. Stanley 

“Triunfou quem viveu intensamente, riu muito e muito amou; quem mereceu o respeito dos homens e o amor das criancinhas; quem encheu o nicho e realizou a sua tarefa; quem deixou o mundo melhor do que o encontrou seja por haver criado um novo tipo mais perfeito de papoula, escrito um poema ou haver salvo uma alma; quem jamais deixou de apreciar a beleza e de interpretá-la; quem nos seus semelhantes procurou sempre as melhores qualidades e sempre lhes deu o melhor de si mesmo; vitorioso foi aquele cuja vida é uma inspiração e cuja memória é uma bênção.”


MEMÓRIAS DA QUERÊNCIA.

Dia 20 de março viajou para a eternidade meu querido Amigo Gerson Costa. Vai fazer muita falta. Mas não lamento; bem pior seria não o tivesse conhecido e com ele convivido mais de meio século.  
Foi cremado e suas cinzas serão lançadas no oceano de que ele tanto gostava. Um belo e misterioso ambiente para acolher tão precioso tesouro.



27 dezembro 2010

Epístola 78 Natal

Porto Alegre, Natal de 2010.
Epístola 78 (LXXVIII) Aos Geeanos, Pirellianos e outros Amigos

“Eu sou a luz do mundo (Jo 8,5)(...)
Eu sou o caminho a verdade e a vida (Jo 14,6)”

Um filósofo escreveu que o“o homem caminha instintivamente para a luz”. Logo, o homem caminha para Cristo, pois Ele é o caminho e a luz. E o Natal – que é luz - é o convite renovado para seguir o caminho. Há toda uma simbologia nestas duas palavras. Quando se nasce, diz-se: veio à luz; e todos desejam: que ele siga um bom caminho.  
O rabino Mendel ao fazer uso da palavra na cerimônia do Chanucá (a festa das luzes), cerimônia essa que tem mais de dois mil anos, relembrando um milagre acontecido na guerra dos Macabeus (I e II Mac) contra os romanos, disse: “Quando se dá alguma coisa material a alguém, ficamos sem essa coisa; quando, com a luz da nossa vela, acendemos outras velas, não ficamos sem a nossa luz, pelo contrário aumentamos a luminosidade.”
 Envolvidos pelos problemas do dia-a-dia não nos damos conta de que o Natal é uma lembrança da Luz, a Luz que veio para iluminar nosso caminho, e que ele é todos os dias.
 Por que Deus veio até nós na forma de uma criança? Porque a criança é a forma pura da luz. E que se nos comportarmos como crianças, ou seja, puros, encontraremos o Caminho: “ (...) todo aquele que não receber o reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará.” (Mar 10, 15). Lembremo-nos disso, meus caros Amigos, mesmo que não sejamos muito crentes, porque essa mensagem – com mais de dois mil anos - é válida, principalmente, nos dias de hoje em que tanto se busca a Paz.
Sínodo é uma palavra grega que - embora usada para designar assembléia de bispos - quer dizer caminhar juntos. E este é o meu desejo: continuemos a caminhar juntos, como até agora, e com a luz de nosso coração iluminemos, não só o nosso caminho como, também, o de todos que nos rodeiam.
Feliz Natal e Shaná tová U-Metucá*

Baldi e turminha aqui de casa.
Até de repente


NOTÍCIAS DA QUERÊNCIA.
* Um ano bom e doce, como dizem meus amigos judeus.

• De todos os atributos positivos, a que meus caros Amigos me atribuem um escapou-lhes: o de Profeta. Profetizei, na Epi XLIII (43) de 0utubro de 1999 que a irrequieta Maria Tereza iria morar em Canela. Breve dou o endereço. Enjoou de morar na Lagoa da Conceição. Diz que é para ficar mais perto dos Amigos. Bem-vinda Tere!
• Amigos, não vi o ano passar. Assim não dá; vou acabar ficando velho muito ligeiro. Para o próximo, cuidarei de coisas mais importantes: olhar as borboletas, prestar atenção ao canto dos pássaros, e, principalmente escrever mais aos meus amigos, embora eles pouco escrevam.
• Mana Marília, arrasaste com teu convite (pena não ter dado na PUC) para o teu 7.0. Se com 3.0 eras um Opala de Luxo, agora serás um Camaro definido como Sonho e Realidade. Só não definiste o traje se é Smoking ou meio Smoking.
• Caro Rômulo, estás na muda de novo?
• Somente a Lira e o Ademir abriram meu Blog:www.magrodaclio.blogspot.com. E o resto? Que não escrevam tudo bem, mas não apertar um botão é muita baianisse.
Meu caro Cardinal o teu telefone não mais existe e não consigo descobri o novo, por isso não telefono no teu aniversário.  

12 agosto 2010

Epistola 77 LXXVII

Porto Alegre, agosto de 2010

Epistola 77 (LXXVII) Aos Geeanos, Pirellianos e outros Amigos
(www.magrodaclio.blogspot.com) Meu endereço virtual no século XXI

    Na década de 40, do século XX, por causa da guerra, o papel era escasso. Então para rascunho e anotações, no colégio usávamos uma lousa, onde escrevíamos com um lápis de pedra. Após correções, passávamos para os cadernos de cada matéria. Lembro isso aos caros amigos, porque são todos muito novos e não viveram esses tempos difíceis. Nessa mesma época, 1945, quando estudava geografia (eu era bom nessa matéria) imaginava se um dia o homem conseguiria chegar a algum lugar no espaço, e para mim mesmo: pena que esse feito deve ocorrer no ano dois mil e não poderei ver. Pensava assim porque o ano dois mil, século XXI estava tão distante! Pois não é que não só vi e vejo o homem começar a conquistar o espaço, como estou no XXI, escrevo em computador em vez de lousa e - pasmem!-, virei blogueiro.
   Agora, meus amigos, mesmo os que não têm computador em casa, e que sabem mexer um pouco na maquininha, podem ir a um Cyber Café, ou a uma Lan House para ver o magro aqui com suas samambaias, suas mudas de pinheiros (planto de 10 a 20 por ano), ou ver-me meditando embaixo da parreira. As fotos dos amigos e outras notícias. E, também, podem escrever suas mensagens, tudo pelo preço de uma cerveja, ou até menos.
  Vocês se devem perguntar: por que magro da clio? Pois é, eu explico. Todos os homens têm seu lado feminino, e eu, não podia ser diferente. Como sempre gostei de história e geografia, escolhi uma musa na mitologia grega: Clio, uma das 9 musas, a musa da sabedoria histórica, também inspiradora da criatividade, que conclama a pensar, a refletir, a lembrar. Ela é uma das filhas do garanhão chamado Zeus – o deus dos deuses – e da deusa Mnemosine – a deusa da memória. Outro dia eu conto sobre a filharada do deusão.  
   Também ele nada fazia além de comer ambrosia tomar vinho e correr atrás de mulher, fossem elas deusas ou simples mortais. Zeus, por sinal lembra-me um amigo nosso que já partiu antes do tempo. (Ganha um doce quem não adivinhar). Dos geeanos, bem entendido, porque dos pirellianos não houve, nem há algum femeeiro, ou para ser erudito, filógino compulsivo. Todos santos.
É isso, meus Amigos. Quem diria que do lápis de pedra, do sinal de fumaça, do western, da pena 12, da máquina de datilografia com papel carbono, do mimiógrafo eu viraria blogueiro. Ah! ainda faltam o facebook, o twitter.

Um abraço, até daqui a pouco, baldi


NOTÍCIAS DA QUERÈNCIA
As Epis continuarão a sair normalmente.

Pois o vivente do Faxinal deu sinal de vida, após longo silêncio. O negócio dele é falar, escrever, não. Ficou 45 minutos no telefone no dia dos pais. Garantiu que quando vier para o portinho, vamos tomar algumas. Sabem os amigos há quanto tempo ouço essa cantilena? já passou dos 20 anos. Mas os teatinos são assim mesmo: sempre andando. Como disse o pajador: “Patrícios, são os teatinos, os que são donos de si/ Fazem pátria por aí, traçando o próprio destino...” O email dele: rcostabeber@hotmail.com; da patroa: brasília.47@hotmail.com; é melhor mandar para o dela, porque o índio é meio grosso e não se dá muito bem, ainda, com a maquininha. Um pataço índio velho!

Como é, Tere: conto ou não conto a novidade?Tu andas meio silenciosa, parece pássaro na muda.

30 julho 2010

Epístola 76 (LXXVI)


Porto Alegre, Dia do Amigo de 2010.

Epístola 76 (LXXVI) aos Geeanos, Pirellianos e outros Amigos.
“Aqui, vocês têm o relógio; lá, nós temos o tempo.”
(um Tuareg).*

Emocionei-me quando li e reli a entrevista de um Tuareg que estuda na França. Eles vivem uma vida simples e são felizes, porque de acordo com a natureza. “Lá, nós olhamos as estrelas todas as noites, e cada estrela é diferente da outra, como as cabras são diferentes. Aqui, à noite, vocês olham TV.”
 Em nosso mundo moderno, da alta tecnologia, também olhamos as estrelas, na TV, mas sem olhar para o céu, porque não há mais céu para ver. A poluição ofusca os raros pedaços espremidos entre edifícios. O meu querido Anjo Malaquias(**) já afirmara há dezenas de anos: “Cidades: dias sem pássaros, noites sem estrelas.”
A hora de extrema felicidade para ele era ao entardecer, quando ainda não fazia muito frio e os homens traziam os animais para o acampamento: “e eu via seus perfis recortados em um céu cor-de-rosa, azul, vermelho, amarelo e verde.” Tentemos, meus amigos, pelo menos com os olhos do coração sentir a emoção que ele sente a cada entardecer.
Mais adiante ele fala das coisas materiais: “Aqui, vocês têm tudo e acham insuficientes. Aprisionam-se pelo resto da vida a uma dívida bancária num desejo de possuir mais. No deserto não há congestionamento e vocês sabem por quê? Porque lá ninguém quer ultrapassar ninguém.” É de meditar, meus Amigos. Sabe-se lá quanto do nosso estresse negativo a isso está ligado. Mahatma Gandi afirmou há muito: “O mundo é suficiente para as necessidades do homem; não para sua ganância.”
 Recomenda que aproveitemos bem o tempo, que ele considera um verdadeiro tesouro para desperdiçá-lo. E que devemos gastá-lo com alguém especial, porque ele não espera por ninguém. E a enorme alegria que eles sente é o simples fato de nos tocarmos e estarmos juntos. Ali, ninguém sonha com o chegar a ser, porque cada um já o é.
Esta, meus Amigos, minha mensagem no dia do Amigo, porque o que ele falou tem muito a ver com amizade. Vamos tentar ver o céu, à noite e admirar as estrelas que são diferentes e estão sempre juntas, assim como nós estamos juntos sendo diferentes.

Até daqui a pouco, baldi


NOTÍCIAS DA QUERÊNCIA
• (*) Tuareg, na língua deles quer dizer esquecido; os outros povos os chamam de Senhores do Deserto. Eles também se chamam de homens azuis, porque a tintura com que eles tingem suas vestimentas é azul e ela acaba deixando na pele deles um tom azulado. E eles gostam porque dizem “O azul é a cor do mundo.” Talvez sejam todos gremistas.
• (**) Personagem de Mário Quintana; o outro é Aprendiz de Feiticeiro. Muito se referem ao Mário por esses nomes.
• Obrigado, Mana, pelo email do Tuareg. Recebi a foto: que “tribu”! Muito lindos. Já a editei e manda-la-ei (que mesóclise hein!) ao Mano Gerson. Se cada um gerar seis, vais modificar a população de Brasília. Pode ser que assim moralize esse covil.
• Parabéns, Tere. Falo ou não falo da novidade? A Seila perguntou quando virás para as reuniões extraordinárias, como o combinado em memoráveis reuniões. Ou ficarão para as calendas gregas? Não te esqueças de me avisar com antecedência, para eu fazer aquela visita.
• A Lira de “lepis” estudando informática. Parece que o mais interessante é o professor.
• Gerson e Vilma ligaram no dia do amigo. Estavam no paraíso ao pé da lareira. Deixa cair neve!
• Como é Rômulo, te sumiste de novo vivente?
• Dia 15 transcorreu o Dia Internacional do Homem e ninguém deu bola. Um dia escrevo uma epi sobre esse pobre ser tão discriminado.
• Da turminha da Pirelli continuo aguardando o chopinho do Dirceu, o almoço do Cláudio e o cafezinho do Ademir.
• Em 1991, nesta data, saía a 1ª EPI. Considerando às 7 do Dino, com mesmo número, são 82. Talvez um dia eu continue as dineanas se a tanto me “ajudar engenho e arte” e memória.

Aos que desejarem receber a mensagem do TUAREG, mande e-mail.